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Impacto da Inteligência Artificial no mercado de trabalho

20/08/2024

A inteligência artificial (IA) adentrou o mundo “humano” há muitas décadas, mais precisamente na década de 1940, quando foram criados computadores para realizar cálculos e até mesmo decifrar mensagens alemãs durante a Segunda Guerra Mundial.

A inteligência artificial surgiu com o objetivo de otimizar o tempo gasto pelos seres humanos em determinadas funções ou práticas, tendo sido desenvolvida para processar criatividade, pensamento crítico e intuição humana. Quanto mais a IA se assemelha a um ser humano, menor é o gasto de energia e o tempo necessário.

Atualmente, a IA ingressou no mercado de trabalho, tornando-se um dos pilares fundamentais na redefinição de projetos e cargos, com o objetivo de transformar todas as empresas em organizações inteligentes. Contudo, a visão anterior era de que, para uma empresa se desenvolver, seriam necessários dois pilares: pessoas a serem desenvolvidas e tecnologia a ser implementada.

Com o advento da IA, esse peso recai sobre um único pilar, uma vez que sua implementação reduz o tempo necessário para grandes análises de dados. Isso permite que computadores inteligentes realizem essas tarefas com uma velocidade impressionante, possibilitando que as organizações obtenham insights valiosos sobre operações, novidades do mercado e comportamento de seus consumidores e, com esses dados, gerem negócios mais precisos e adaptáveis.

Além disso, a IA está transformando os setores operacionais, uma vez que otimiza esses processos por meio da automação de tarefas, aumentando a eficiência e reduzindo erros humanos, substituindo tarefas repetitivas e criando oportunidades de emprego e, também, seu desenvolvimento poderá impactar na quebra de desigualdades.

Os seres humanos serão trocados por robôs?

Apesar de essa ideia ser uma realidade muito distante, o desenvolvimento da inteligência artificial precisa ser constantemente acompanhado/treinada e, com base nesse aprendizado, a IA oferece a oportunidade de personalizar os funcionários para que eles desenvolvam continuamente habilidades essenciais que possam auxiliar no futuro mercado de trabalho, com a tecnologia.

Em uma pesquisa realizada pelo World Economic Fórum em 2023, os pesquisadores esperam “um crescimento estrutural de 69 milhões de empregos e um declínio de 83 milhões de empregos” e, dessa porcentagem, a avaliação é de que, nos próximos cinco anos, haverá não só impacto tecnológico, mas também ambiental e econômico em todas as áreas do mercado de trabalho. Da mesma forma que a tecnologia avança, as empresas estão buscando automatizar determinadas atividades e impulsionar o pensamento crítico e analítico de seus funcionários.

Em estudo denominado “Inteligência Artificial”, feito pela Hibo (empresa de pesquisa e insights de mercado e consumo), 78% das pessoas serão substituídas pela tecnologia e as vagas de empregos serão menores. E dentre as soluções para tal problemática, 51% sugerem a aplicação de leis que limitem o uso da IA de forma comercial, 45% entendem que o ideal é que sejam exigidos operadores humanos que façam o uso da tecnologia e 16% não acreditam que a inteligência artificial será capaz de substituir o ser humano.

Em atenção ao desemprego gerado pela tecnologia, alguns países oferecem benefícios ou programas de assistência, tais como Alemanha, Suécia, Estados Unidos (alguns estados), Canadá e França.

A maioria dos benefícios consiste no oferecimento de um seguro-desemprego junto com treinamento e requalificação profissional.

Portanto, o impacto da IA no mercado de trabalho é uma realidade, com a qual não só empresas, mas os países devem estar atentos para os desafios trazidos. Como resultado de toda revolução, à medida que a tecnologia avança, novas aplicações e desafios surgirão, exigindo adaptação contínua tanto dos trabalhadores quanto dos empregadores, já que o ideal é adaptar o uso da ferramenta de inteligência artificial com as habilidades humanas para que o mercado possa impulsionar cada vez mais o uso da tecnologia.

Panorama da Inteligência Artificial no Brasil

No Brasil, a IA tem ganhado cada vez mais espaço em diversas indústrias, desde serviços financeiros até a saúde e o agronegócio. De acordo com um estudo da Accenture, estima-se que essa tecnologia pode adicionar cerca de US$ 432 bilhões à economia brasileira até 2035, aumentando a produtividade em 0,9% ao ano.

O uso está crescendo em áreas como análise de dados, reconhecimento de padrões e automação de processos. Empresas brasileiras estão cada vez mais investindo em inteligência artificial para melhorar suas operações e competitividade no mercado global.

O governo brasileiro lançou a Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial em 2021, que visa impulsionar a pesquisa, inovação e desenvolvimento de IA no país. Essa estratégia destaca áreas prioritárias, como saúde, agricultura e segurança pública.

Além disso, o Brasil tem visto um aumento significativo na criação de startups de IA, muitas das quais estão focadas em soluções para problemas locais, como a melhoria da eficiência no setor público e a redução de custos operacionais em empresas privadas.

Análise legislativa

O país ainda está em processo de desenvolvimento de uma estrutura regulatória específica para este cenário. No entanto, alguns passos já foram dados para abordar questões éticas e legais associadas ao uso da IA.

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), implementada em 2020, estabelece diretrizes para o uso e proteção de dados pessoais, o que é crucial para tecnologias de IA que dependem de grandes volumes de dados.

O Congresso Nacional também está debatendo projetos de lei que buscam regular o uso da inteligência artificial no Brasil. Esses projetos visam garantir que o desenvolvimento e a implementação de inteligência artificial ocorram de forma ética e transparente, promovendo a inovação ao mesmo tempo em que protegem os direitos dos cidadãos.

Assim como no restante do mundo, a introdução da IA no mercado de trabalho brasileiro pode gerar tanto oportunidades quanto desafios. Por um lado, a automação e a análise de dados podem levar a um aumento na produtividade e à criação de novos empregos em áreas tecnológicas. Por outro lado, há preocupações sobre a potencial substituição de empregos, especialmente em setores que dependem de tarefas repetitivas e manuais.

Para mitigar os impactos negativos, é essencial investir em educação e requalificação da força de trabalho. Programas de treinamento que capacitem os trabalhadores para funções mais analíticas e de gestão podem ajudar a garantir que o Brasil aproveite ao máximo as oportunidades oferecidas pela IA.

Nosso time de especialistas está acompanhando atentamente essas evoluções e está à disposição para consultas e esclarecimentos sobre os impactos da inteligência artificial no mercado de trabalho brasileiro.

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