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Trabalho Precário em eventos: uma realidade que precisamos encarar

07/05/2024

71,1% dos trabalhadores do segmento de cultura e lazer operam na informalidade, privados de direitos básicos

No segundo episódio do Trabalho em Foco, mergulhamos no universo do setor de eventos, trazendo à mesa dois líderes influentes: Marcelo Campos, sócio fundador da MC Conections, e Marcela Oliveira, da renomada agência Estalo. Juntos, eles confrontaram uma realidade que muitos preferem ignorar: as condições precárias de trabalho que muitas vezes se assemelham a formas modernas de escravidão nos grandes eventos.

Durante a conversa, foi discutida a urgência de mudança nas práticas laborais, destacando a necessidade de uma fiscalização mais eficaz, alinhada aos princípios ESG (Ambientais, Sociais e de Governança).

Desafios trabalhistas no setor de eventos: precariedade e necessidade de mudança

A alta escala de trabalho imposta aos funcionários, muitas vezes sem condições mínimas garantidas pelo Direito do Trabalho, clama por uma intervenção imediata. O código de conduta emerge como uma ferramenta essencial nesse processo, tanto para conscientizar os clientes, as agências e operadores, quanto para garantir a segurança e dignidade dos trabalhadores.

A fiscalização da cadeia produtiva, incluindo fornecedores, é crucial para garantir o cumprimento desses padrões. A falta de transporte para os funcionários, resultando em longas jornadas de trabalho e até mesmo pernoites no local de trabalho, é uma realidade alarmante que precisa ser enfrentada.

As agências devem priorizar a inclusão de medidas de segurança do trabalho, mesmo que isso represente um custo adicional, e conscientizar os clientes sobre a importância desse investimento. Um exemplo inspirador foi compartilhado por Marcelo, que destacou a iniciativa de sua empresa em proporcionar proteção solar e assistência aos “cordeiros”, profissionais que seguram as cordas ao redor do trio elétrico, do carnaval de Salvador, reconhecendo a humanidade e as necessidades básicas dos trabalhadores, independentemente do seu status de registro.

Além disso, tanto Marcelo quanto Marcela ressaltaram a importância do código de conduta não apenas para os funcionários, mas para toda a cadeia de fornecimento, promovendo relações de trabalho mais transparentes e justas. Dados do IPEA revelam a magnitude do desafio: 71,1% dos trabalhadores do segmento de cultura e lazer operam na informalidade, privados de direitos básicos como férias remuneradas e acesso à previdência social.

A intensidade da jornada de trabalho, muitas vezes resultando em doenças laborais, é uma preocupação adicional que não pode ser ignorada. Diante dessas evidências, é imperativo que medidas concretas sejam tomadas para combater a precariedade do trabalho em eventos. A conscientização, fiscalização e implementação de políticas inclusivas são passos essenciais rumo a um setor mais justo e sustentável para todos os envolvidos.

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